É difícil não caír de quatro por uma nação que tem por festa maior a celebração de um poeta boémio e namoradeiro, o mui encantado Robert Burns. Durante este fim de semana milhares de escocêses juntaram-se para dançar e declamar os poemas de Burns, em tom jocoso e galanteador, tudo regado com whisky e piruetas de danças tradicionais. O ritual começa quando o cozinheiro da festa traz a haggis (bucho de ovelha recheado) ao centro da sala, acompanhado por um gaiteiro que sopra a bom som. A haggis é cortada com espada, em gestos dramáticos, entre um verso e outro. Depois do repasto, os homens enviam o seu representante ao centro da sala para declamarem um poema às lassies (vulgo moças). De seguida as lassies têm o direito de resposta. Na festa a que eu fui a honra coube à mui formosa e engraçada Ali Paton, no que foi, minhas lindas e lindos, o momento de gargalhada maior. Foi então que a pista se abriu à banda celta e às muitas reviravoltas da ceilidh (ou danças das montanhas). As fotos chegarão aqui brevemente. Acho que estou lentamente a apaixonar-me por este país. E aqui fica a sugestão: em vez das enfadonhas comemorações do dia de Camões, porque não umas jantaradas de homenagem ao canto nono?